segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O PODER DE INFLUÊNCIA DAS NOVELAS BRASILEIRAS

Olá Gente!

Um estudo recente do BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento fez uma ligação entre as novelas e o aumento dos divórcios no Brasil. Segundo os autores do estudo, três grandes fatores contribuem para que o percentual de mulheres que se separaram ou se divorciaram aumente depois que o sinal da Globo chega numa região:

a) constante exposição a estilos de vida muito modernos;
b) exaltação das funções desempenhadas por mulheres independentes;
c) contundente crítica aos valores tradicionais da família.

A BBC Brasil já havia divulgado em 2008, uma matéria sobre um outro estudo, que sugeria forte relação entre a queda na taxa de natalidade e a audiência das telenovelas no Brasil, realizada pelo Centro de Pesquisas para Política Econômica da Grã-Bretanha. Agora no final de janeiro, eles divulgaram uma matéria tratando de dois estudos do BID, que associa a mudança no comportamento da mulher brasileira à influência das novelas ao longo das últimas 3 décadas, em especial das novelas da Globo.

Os dois estudos do BID
Os dois estudos Novelas e Fertilidade: Evidências do Brasil, e Televisão e Divórcio: Evidências de Novelas Brasileiras analisaram o conteúdo de 115 novelas transmitidas pela Globo entre 1965 e 1999 nos dois horários de maior audiência: 19h e 20h. Os autores do estudo, Alberto Chong e Eliana La Ferrara, fizeram o cruzamento das informações com os dados do Censo IBGE, realizados neste período e concluíram que as novelas ajudaram a moldar as idéias sobre casamento e família de maneira crítica no Brasil.

Famosas por mostrar praias maravilhosas, personagens carismáticos e representações realistas da vida e das aspirações da classe média, as novelas brasileiras, segundo os pesquisadores influíram em mudanças significativas tanto nas taxas de fertilidade como de divórcio no Brasil. Vejamos alguns dados:

Nas três últimas décadas, as taxas de fertilidade caíram mais de 60% e os divórcios aumentaram mais de cinco vezes.

Durante o mesmo período, a presença de aparelhos de televisão teve uma elevação de mais de dez vezes, estando hoje em mais de 80% das residências.

Segundo o economista Alberto Chong, isso se deve principalmente, porque “A televisão desempenha um papel crucial na circulação de idéias, em particular em nações em desenvolvimento com uma forte tradição oral, como o Brasil”.

É possível perceber por outra declaração de Chong que, pelo seu alcance, a televisão brasileira poderia ter uma influência positiva maior: “... alguns programas de televisão podem ser uma ferramenta para transmitir mensagens sociais muito importantes que ajudem, por exemplo, a lutar contra a disseminação da epidemia de Aids e promover a proteção dos direitos de minorias.”

Os dois estudos centram-se na expansão da Rede Globo, o maior grupo de mídia do Brasil e a quarta maior rede de televisão comercial do mundo. A Globo tem ampla cobertura nacional: suas transmissões foram expandidas para 98% dos municípios do país na década de 1990, atingindo 17,9 milhões de residências.

Diminuição da taxa de Fertilidade
A semelhança do estudo britânico, o primeiro estudo do BID sinalizou que as taxas de fertilidade (o número de nascidos vivos em mulheres com idade reprodutiva) foram significativamente mais baixas em áreas alcançadas pelo sinal da Rede Globo.

O impacto sobre o comportamento foi mais forte entre mulheres de famílias pobres e mulheres no meio ou no final de seus anos reprodutivos, sugerindo que a televisão influenciou a decisão de parar de ter filhos, e não de quando deveriam começar a ter filhos.

Aumento na taxa de Divórcios
Embora os dados de apoio não fossem tão amplos, Chong encontrou que a porcentagem de mulheres separadas ou divorciadas também é maior em áreas que recebem o sinal da Globo, em particular em pequenas comunidades em que uma alta proporção da população tem acesso às transmissões da emissora.

Essas áreas apresentaram um aumento de 0,1 a 0,2 ponto percentual na porcentagem de mulheres de 15 a 49 anos que são divorciadas ou separadas. O aumento é pequeno, mas estatisticamente significativo, de acordo com Chong.

O poder e a influência das novelas globais

De 60 a 80 milhões de brasileiros assistem regularmente a novelas noturnas e a Rede Globo domina a produção nacional de novelas. Geralmente estas novelas mostram um modelo de família muito específica: pequena, atraente, branca, saudável, urbana, de classe média ou alta e consumista.

O cenário, na maioria das vezes, são as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo. Em geral, as famílias mais felizes nas novelas são pequenas e ricas, enquanto as famílias mais infelizes são mais pobres e com mais filhos.

Das principais personagens femininas destas novelas 62% não tinham filhos, 21% tinham apenas um filho e 26% eram infiéis aos seus parceiros.

Os enredos com freqüência incluíam críticas a valores tradicionais. Por exemplo, o sucesso de 1988, a novela Vale Tudo, apresentava uma protagonista que era capaz de roubar, mentir e enganar a fim de alcançar o seu objetivo de ficar rica a qualquer custo. A Globo também trouxe para a tela estilos de vida modernos e emancipação feminina em novelas como Dancing Days, transmitida em 1978, em que a protagonista feminina era uma ex-presidiária lutando para reconstruir sua reputação e recuperar o amor de sua filha adolescente.

As novelas também influenciaram a escolha dos nomes dos filhos. A probabilidade de que os 20 nomes mais populares em uma determinada área incluíssem um ou mais nomes de personagens da novela exibida naquele ano chegou a 33% nas regiões que recebiam o sinal da Globo. Em regiões sem acesso à Globo, a probabilidade foi de apenas 8,5%.

De acordo com Chong "Há ainda indicações sugestivas de que o conteúdo das novelas tenha influenciado também as taxas de divórcio, pois quando a protagonista feminina de uma novela era divorciada ou não era casada, a taxa de divórcio aumentava, em média, 0,1 ponto percentual."

Agora, não serei hipócrita dizendo que nunca assisti e que não gosto de assistir novelas, mas, pela graça de Deus posso declarar que elas não me prendem mais e que faz tempo que não assisto nenhuma. Por sua qualidade e complexidade, as tramas são envolventes e nos levam ao desejo de acompanhar as histórias, torcendo por personagens que nos identificamos mais.
Entretanto, muitas vezes, deixamos de viver as nossas próprias vidas e experiências, achando que as emoções geradas pelas novelas já são suficientes. Ou como diria um missionário amigo "TEM GENTE QUE NÃO PERDE UM CAPÍTULO DA NOVELA PREFERIDA, MAS NUNCA LEU UM CAPÍTULO DA BÍBLIA SAGRADA.

abraços


Lauberti Marcondes

Fontes:
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