Pesquisa revela as ambições do jovem brasileiro
Sucesso profissional está no centro das preocupações dos brasileiros
Perguntados sobre “o que é mais importante nas suas vidas”, 89% dos jovens brasileiros responderam “ter sucesso profissional”, contra apenas 69% dos jovens dos demais países ouvidos pela pesquisa “Juventude 30 Quilates”.
Mais de 80% dos brasileiros também disseram que querem ser bons pais/mães, ter casa própria, ser um parceiro carinhoso, ter um emprego que o faça feliz, aprender mais e desenvolver as habilidades, fazer coisas felizes e prazerosas...
Se há algumas décadas a juventude era apenas um curto período de tempo entre a adolescência e a vida adulta, hoje ela é uma das fases mais importantes para a formação e desenvolvimento de uma pessoa. “Antes, não se tinha o direito de ser jovem. Agora, a juventude, não é vista só como uma etapa. É uma época para experimentação profissional, para experimentação da vida mesmo”, explica Jorge Abrahão, diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea.
Essa mudança de comportamento pode ser observada no cotidiano das famílias. “É comum encontrar um rapaz de vinte e poucos anos que prefere não sair de casa, mas que exerce sua vida de forma independente”, exemplifica Abrahão. “Os jovens, em grande parte, podem exercer sua vida pessoal com mais liberdade mesmo morando em casa. Hoje, eles sofrem menos pressão das famílias, o que lhes dá mais possibilidades.”
Para ele, a liberdade sexual e o acesso à informação foram fatores fundamentais para que a juventude deixasse de ser apenas uma passagem para a vida adulta e se tornasse um período de testes, erros e acertos.
O diretor do Ipea também acredita que o aumento da expectativa de vida e, consequentemente, o aumento do tempo de trabalho contribuíram para essa mudança. “Quando um jovem entra no mercado, ele ainda tem 50 anos de trabalho pela frente, ou até mesmo mais”, comenta. “Com isso, o período de estudo e preparação para a vida adulta tem a oportunidade de se tornar maior.”
Período de experiências
Uma pesquisa realizada com 28 mil jovens de todo o mundo revelou que essa tendência é geral: de acordo com o estudo, 52% daqueles que têm entre 25 e 34 anos acreditam que “ainda têm muito o que aprender”. No Brasil, o número é ainda maior: mais de 90% dos entrevistados afirmaram ainda estar nesta fase de aprendizado e 89% deles disseram que ter sucesso profissional é seu maior desejo.
A novidade é que essa experimentação parece trazer resultados. “Se o jovem tem a oportunidade de estender esse período, ele entra no mercado mais preparado. Ele vai aproveitar melhor o trabalho, vai ter uma formação mais diversificada... Os jovens que conseguem isso têm uma vantagem em relação aos outros”, diz Jorge Abrahão.
O levantamento também mostra que os gerentes e diretores de empresas são cada vez mais jovens. “Hoje, é bastante comum que pessoas mais jovens ocupem cargos mais altos e cheguem lá de forma mais rápida”, diz Gláucia Santos, consultora de Recursos Humanos da Catho Online. “Principalmente em áreas mais novas, como tecnologia da informação, você encontra facilmente diretores com 40 ou 45 anos.”
O especialista do Ipea acredita que essa nova forma de viver a juventude traz outros benefícios. “No fim, acho que gera outra forma de relação com o trabalho, que deixa de ser visto de uma forma negativa. No futuro, esse jovem vai escolher os trabalhos com mais prazer, de forma que o deixe mais completo e não somente para sobreviver e se sustentar.”
Geração Y
Ana Lúcia Costa Couto, diretora do Grupo & Companhia Consultoria e Treinamento, acredita que hoje há duas tribos de jovens de sucesso: os “adaptados ao grande esquema”, que desejam status e dinheiro e fazem de tudo para chegar lá (representados na pesquisa pelo segmento “pretendentes ao sucesso”); e o grupo que preza a liberdade, privilegia a comunicação aberta, independentemente de barreiras hierárquicas (que estaria dividido entre os outros 3 segmentos).
A segunda tribo definida por Ana – e atualmente no foco das atenções das empresas – é chamada pelos sociólogos de geração Y – conhecida como Geração da Internet. “Eles nasceram a partir de 1980, sabem muito bem o que querem e estão mais ligados à contribuição das suas empresas no mercado de trabalho. Eles buscam um autodesenvolvimento contínuo e acelerado e, quando não encontram o que buscam nas suas empresas, partem para outros desafios”, descreve Danilo Castro, gerente-executivo Page Personnel, da Michael Page, que faz recrutamentos de executivos para média e alta gerência.
Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/comportamentojovem/2009/11/19/conheca+a+lista+dos+desejos+do+jovem+do+seculo+21+9128384.html
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