quarta-feira, 27 de abril de 2011
Vocação Ministerial
Efésios 4:1 – 3: “Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz”.
Há alguns dias me coloquei a disposição dos leitores para falar de assuntos que a pessoa pense ser interessante abordar e por indicação da Kátia, uma amiga e leitora do blog, quero falar um pouco sobre vocação ministerial. Primeiro precisamos entender que vocação é uma palavra derivada do latim vocatio – onis cujo significado é inclinação que se sente para alguma coisa, poderia dizer seguir uma tendência, é uma disposição natural do espírito e como estamos falando de ministério é fácil de entender como inclinação para a vida religiosa.
Em Romanos 11.29 diz que os dons e a vocação são irrevogáveis. Precisamos identificar em nós qual é a nossa vocação, aquilo que gostamos de fazer e que nos da alegria, que contribui para nosso crescimento e juntamente com o Corpo.
Para que possamos entender e identificar nosso chamado, vamos trabalhar em partes:
1. Qual a nossa vocação?
Partindo do pressuposto que vocação é uma tendência natural para aquilo que gostamos de realizar, vamos conseguir identificar em nós algumas características claras de nosso chamado. Sendo assim, precisamos alinhar ele para o auxilio de outros, ou seja, ajudando as pessoas e construindo pontes para que elas sejam capazes de crescer junto com nós. O ideal é que esta identificação seja tão natural que outras pessoas vejam isso em nós, mas a um passo importante que precisa ser bem entendido, por mais que saibamos qual a nossa vocação é preciso que tenhamos um coaching, muito falado no mundo coorporativo, o discipulador é alguém responsável para nos dar “dicas” e encaminhar nosso ministério a ponto de poder acertar mais que errar. Infelizmente este tipo de pessoa é muito raro nas igrejas, é preciso dar atenção aos talentos que florescem em nosso meio e ajudá-los de forma a crescer saudável e contribuir para o Reino.
Outro ponto não menos importante sabendo qual a vocação é trilhar um caminho que leve a pessoa até um foco principal, muitas pessoas capazes ficam no caminho por não terem uma meta, não podemos ter um pensamento equivocado, alguns pensam que Deus os chamou para o pastorado, mas nem todos têm vocação para isso, poucos investem suas vidas em oração, leitura e pesquisa para crescer nesse sentido, e se seu foco é ser reconhecido por seus títulos, você pode até ser “consagrado” a um titulo, mas jamais será de fato o que o título diz, eu gostaria de dizer que você vai ter um ganho melhor se cursar uma boa faculdade e investir seu dinheiro em cursos, língua e etc... Mas se a meta for o crescimento vocacional para que outros sejam abençoados, você esta no caminho certo.
Defina uma meta, coloque um propósito, se você quer ser um mestre corra atrás, não do título, mas de lecionar a outro aquilo que você é capaz de fazer com excelência. Pense se hoje sou aluno de escola bíblica, amanhã quero ser um professor, nesta caminhada é preciso re-ver os conceitos e saber lidar com as decepções e vitórias, a fim de que quando se tornar mestre saiba valorizar cada momento que passou até chegar ao “tão sonhado” objetivo.
2. Qual o propósito da vocação?
O texto de Êxodo 35 fica evidente que Deus conta com pessoas para realizar sua obra, é Ele que capacita e coloca em cada coração um propósito específico a fim de que o Corpo seja abençoado. Apesar de nossa relação com Deus não esteja voltado a obras, é por elas que manifestamos ao próximo o amor, graça e misericórdia, pois não é em palavras, mas em atitudes que revela a quem nos pertencemos.
Isso aqui é muito intrigante, pois para Deus nosso relacionamento é muito simples, mas para as pessoas ele deve estar alinhado com boas ações, afinal fomos chamados (vocacionado) para abençoar e só o fazemos com a prática. Sendo assim, posso entender que o propósito de minha vocação é servir ao próximo, usando meus dons e talentos.
Deus usa pessoas para atingir seu propósito, seja através de uma canção, de uma ministração da Palavra, assim como Ele usa um médico para atender um enfermo, ele usa a todos quanto se achegar a Ele e deixar ser usado. Enganamos ao pensar que Deus usa só os “medalhões” da fé, logo percebe o número de pessoas que correm atrás dos milagres.
Há casos que Deus vai fazer coisas sobrenaturais, mas Ele não é místico, nem usa de “Pir lim pim pim” para manifestar seu amor, Ele vai usar pessoas comuns, mas vocacionadas para um determinado fim. Esta é uma das maneiras que Ele usa para relacionar conosco.
3. O que Deus quer de mim?
A partir do momento que sabemos qual a nossa vocação e qual o propósito dela, somos capazes de perceber que Deus quer de nós. Para algumas pessoas ao ser indagado como anda ela já diz: - “To levando” ou “Não sei bem se é isto que Deus quer para mim”. Continue no raciocínio ministerial, ok... rsrsrs ... Temos que assumir aquilo que queremos e entendemos que justamente isto é o que Ele quer de nós, e saiba que ficara evidenciado para as pessoas seu chamado. E penso que quando as pessoas dão testemunho de que aquilo que fazemos é bom para elas, estamos no caminho certo...
Quando sabemos o que Deus quer para nós e temos um projeto (meta) a desenvolver, os frutos serão perceptíveis “a olhos nus”. O ministério bem sucedido é aquele cuja percepção correta da vocação e aceitação do seu chamado, fará com que o plano para sua “carreira ministerial” desenvolva de forma saudável, disponibilizando tempo, talento, recursos e esforços para que venha suprir as necessidades do Reino.
4. Quais são as metas e desafios da igreja local?
Em cada igreja há metas a cumprir, algumas têm uma tendência natural a música, outra ao ensino, outra a artes e etc., encontrar nessas metas uma forma de alinhar nossa vocação e prontificar a servir o Corpo, a ponto de transformar os desafios em ações sociais para o bem comum, se seu chamado é diaconia faça de forma que as pessoas se sintam bem ao entrar na igreja, zelar pelo templo, recepcionar as pessoas, cuidar da manutenção, atender aos aflitos e necessitados, entre tantas coisas, há pessoas que não tem o título e o faz melhor do que aqueles que os têm. E nisto Deus esta sendo glorificado. Há casos de pessoas que usam talentos e até sua formação escolar em pró do Reino, seja como enfermeiro, engenheiro, médico, motorista, tem lugar para todos que queriam fazer o bem.
5. Trabalho em equipe
Ninguém exerce um ministério sem auxilio de outra pessoa, para um pastor ser bem sucedido em seu chamado ele conta com ajuda de auxiliares que possa dividir as cargas da jornada, então seja capaz de dividir suas conquistas, suas tristezas, suas metas e decepções, e quando possível ajude a outros que estão começando a trajetória, a fim de que eles errem menos que nós.
Paulo em Efésios 4.11 diz “Deus concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do Corpo de Cristo”.
É um trabalho em equipe onde um ajuda o outro para que o Corpo cresça saudável, onde predomine a verdade, a alegria, a justiça, o amor, a misericórdia, o perdão, a graça super abunde entre nós.
Não pense que Deus chamou você para ter um ministério solitário, ninguém faz nada só, é na unidade que Ele ordena a benção. É na troca de experiências que o resultado é mais visível, será mais fácil se um cair ter outro que o ajude a levantar, apontar direções, motivar, renovar as energias, integrar sonhos para um bem comum.
6. Amor
Tem que ter amor a causa, infelizmente a pessoas que se deslumbram quando alcançam um objetivo, param e ficam inertes em meio à conquista, mas nós não somos daqueles que desistem e param no caminho, como soldados somos vocacionados para servir a Um Reino. Durante a caminhada cristã me deparo com diversas pessoas que aos primeiros passos já se intitulam mestres, alguns pensam que por suas “horas de vôo” já estão habilitados a subirem de cargo ministerial sem ao menos se prepararem para isso, outros anseiam ser uma coisa pensando que tem vocação, mas se perdem nas palavras e atitudes, o que vejo de homens e mulheres que fazem cursinho teológico à distância com a finalidade de tornar-se “pastor” é incrível, se você estiver nesse caminho... PARE! Entendo que essas coisas ocorrem com naturalidade, a vocação é evidente para si mesmo e outros confirmam, alia-se então a busca pelo conhecimento, através de uma boa escola, oração, leitura, consagração, exercício dos dons em outras áreas, afinal nisso vale a pena gastar um tempinho, pois muitos querem chegar lá sem ter o cuidado de ter sido testado antes, como você pode pastorear um grupo grande se nunca exerceu em grupos menores? O negócio é ter e não ser? Muitos querem o titulo, mas não são nada... Perdem-se pelo caminho e acabam frustrados ao perceber que não vão ganhar “a vaga” no grito, nisso aqui deixo um conselho pessoal, é melhor ser sem ter, pois quando você tem o titulo (pastoral, mestre, diácono, etc) e não tem condições de ser, acaba sendo pedra de tropeço...
Por isso que vale a pena ressaltar que o amor tudo suporta e tudo crê. Nosso chamado só é reconhecido quando fazemos com zelo, fé e amor em Jesus externando isso as pessoas, não faço para ser “reconhecido”, mas pelo prazer de servir. E nisso Ele é adorado. Ele nos atrai e nos capacita a realizar a tarefa com o fim de alcançar pessoas, se nosso foco é nas tarefas com o intuito de impressionar nossos superiores imediatos, já ganhamos nossa recompensa, mas os frutos futuros darão prova que nosso esforço foi em vão, mas quando nossa meta é em pessoas e glorificar o nome de Jesus, pode até não ter “o título”, mas quem faz bem aos pequeninos faz o bem a Jesus.
Nossa vocação é um relacionamento maduro entre pessoas e o Mestre, fazendo sua obra e sendo o braço estendido, a Igreja de Cristo pode fazê-lo conhecido entre a comunidade.
Afinal servindo as pessoas, estamos servindo ao Bom Pastor, e convém que Ele cresça e nós diminuamos, percebe que hoje o inverso tem se tornado real, a ponto de termos pastores, apóstolos e patriarca? É isso mesmo, as pessoas deveriam entender que na congregação todos são iguais e dentro desta visão todos, sem exceção são diáconos a serviço do Rei. Algumas práticas do mundo dos negócios entram na instituição e logo somos reféns de desejos obscuros, o status e a vontade de ter são maiores do que a de ser em pró das pessoas, logo o amor de muitos se rendem a fama, ao dinheiro e ao poder. E nisso corremos o risco de tornar semelhante a Lúcifer que quando se deu conta que poderia TER deixou de SER, e aquele que era Ungido do Senhor, embora não tenha perdido ‘a unção’ tornou-se inimigo de Deus. (Nisso falo em outra ocasião)
Para finalizar, não queira ser aquilo que Deus não lhe chamou nem ti capacitou, seja você naturalmente ira fazer bem as pessoas, ao ministério e a você mesmo, servindo em amor, pois Ele deu uns para apóstolos e outros para mestres, uns para evangelistas e outros para profetas, mas a instituição misturou tudo e todos querem ser tudo e não são nada. Cada um fique na vocação em que foi chamado. 1 Cor. 7.20
Deus os abençoe!!!
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