Humildade à moda de Jesus |
Tente imaginar essa cena: você é um dos discípulos. Jesus chega até você, olha para você com ternura. Ele começa a tirar uma de suas sandálias, você estremece. Jesus começa a tirar a outra sandália e a lavar os seus pés. O que você sente quando Jesus começa a fazer isso? Paul Freston, sociólogo cristão, mais uma vez nos exorta à humildade e ao amor. Ele faz uso da “parábola dramatizada” de Jesus no lava-pés para resgatar a identidade de Cristo, o nosso modelo de ser Igreja. Para o preletor, o fato de Jesus saber quem ele é, os recursos que tem disponível, de onde veio e para quem vai, dá a ele segurança para ser humilde e perseverança para amar até o fim, amar tanto no sentido de perseverar no amor, como amar até ao extremo. Sua grandeza, poder e posição exaltada não são ocultados pela humildade ao lavar os pés dos discípulos. O Jesus que conhecemos no lava-pés, não é arrogante, prepotente ou inseguro. Para Paul Freston, é mais fácil aceitarmos o fato de sermos humildes do que concebermos um Deus humilde, vestido de escravo diante dos nossos olhos. A imagem que temos de Cristo em nossas mentes pode nos ajudar ou atrapalhar, a questão é “será que a imagem que tenho de Cristo me ajuda a amá-lo e a me comprometer com o trabalho dele para a minha vida?”, nos pergunta o preletor. Se a resposta for não. Devemos tomar cuidado com o Jesus que temos crido. Segundo o sociólogo, o mal pode vir disfarçado de argumentos morais, que ou sabemos contornar ou não. Jesus se baseia em verdades a respeito de si mesmo e nós temos uma ideia mundana de vitória, nos deixa menos críticos ao fato de que a vitória cristã é, realmente, muitas vezes uma derrota na ótica do mundo, diz o preletor e continua: Esse fato é um a deixa para questionar as teologias em nossos meios. O modelo de humildade e amor extremos deve nos levar a lavar os pés, não dos amigos, mas, assim como Jesus, sermos capazes de fazer-se escravo para lavar os pés de um traidor, de uma pessoa que vai nos negar e de outros dez que vão nos abandonar. Os discípulos não eram “um grupo de santos, mas um grupo de fracassados morais”, conclui o sociólogo. Nós, em nosso orgulho, não queremos um Deus humilde, pois ele se gloriando, poderíamos também darmos a nós glória pelo que temos feito. O preletor nos lança outra pergunta: “Será que temos vontade de desprezá-lo?”. Se sim, então ainda não penetrou em nós a mente de Jesus. Se acreditamos que essa ação não pertence a uma pessoa digna, então nunca vamos entender a mensagem da cruz. A mensagem que nos faz nos tornarmos vulneráveis diante dos homens. Seguindo na leitura do texto de João 13, Paul Freston lembra que Jesus é o modelo, e os discípulos devem imitá-lo, eles são os “enviados”, não mais do que isso. O preletor resgata a frase de Hilton (1) citada na última noite para nos lembrar que a humildade é o alicerce sobre o qual se consegue elevar um edifício alto de virtudes. Que uma igreja formada por lavadores de pés possa ser formada e dessa forma ser transformadora. Notas: (1) Walter Hilton, A Escala da Perfeição, século XIX Tábata Mori, jornalista, Assistente de Comunicação da Rede Mão Dadas e de Asas de Socorro Fotografia: James Gilbert |
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Humildade à moda de Jesus - Paul Freston
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Um comentário:
muito bom o texto, seguindo.. segue tbm ? chamadoxxi.blospot.com
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