Reportagem da Rede Mãos Dadas
Por Lissânder Dias
Rio de Janeiro (RJ)
Com a presença esperada de 3 mil pessoas de 137 países (inclusive, 282 adolescentes e jovens), começou às 20h20 desta noite, mas com duas horas de atraso, o III Congresso Mundial de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, no espaço Riocentro, no Rio de Janeiro (RJ).
Poucos evangélicos
É evidente perceber que a participação oficial dos evangélicos brasileiros é muito pequena neste congresso. Entre os estandes em funcionamento, apenas um pertencia a uma ONG evangélica – a Visão Mundial. Para o vereador evangélico, Carlos Bezerra Jr, presente no evento, “lamentavelmente isto é uma constatação de que esse tema não está na pauta prioritária da igreja evangélica brasileira. A gente se escandaliza muito mais com os outdoors de mulheres nuas nas nossas cidades do que com as crianças nuas e exploradas sexualmente nos cantos do nosso país; e pior, muitas vezes nas nossas igrejas”. Outro político evangélico presente, o senador Magno Malta, acha que a igreja evangélica é “mais devedora da sociedade porque tem a Bíblia como base de fé”. Segundo ele, “a pedofilia é o problema mais grave da sociedade, um tumor aberto; e a igreja evangélica precisa se mobilizar”.Além da Visão Mundial, outro parceiro da Rede Mãos Dadas presente no evento é a Juventud Para Cristo do Uruguai.
Abertura
A cerimônia de abertura contou com a presença do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, de sua esposa, D. Marisa Letícia, e da rainha Sílvia da Suécia. Lula defendeu a educação sexual nos lares e nas escolas como forma de prevenir a exploração sexual de crianças. Ele chamou de hipocrisia a falta de ação de famílias, governos e instituições religiosas em torno da educação sexual. “Temos que acabar com a hipocrisia que impede que a exploração sexual seja devidamente tratada e enfrentada”. Lula também criticou, segundo ele, a degradação da humanidade, a partir da família, e através dos meios de comunicação. Além das palavras, o ato mais importante do presidente Lula na abertura do III Congresso foi a sanção da lei resultante do Projeto 3773/08, que aumenta as penas para crimes de pedofilia. O texto prevê quatro a oito anos de reclusão para quem produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar cenas de sexo explícito ou pornografia que envolvam crianças ou adolescentes.
Ênfase do congresso
Para a coordenadora do evento e titular da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Carmem Oliveira, a segunda edição do congresso realizada no Japão em 2001 enfatizou o papel do Estado no problema da exploração sexual. Neste do Rio, a ênfase será na responsabilidade dos diversos setores da sociedade na colaboração por políticas públicas referentes ao problema da exploração sexual.Com o tema “A garantia de direitos da criança e do adolescente e sua proteção contra a exploração sexual – por uma visão sistêmica”, o encontro pretende potencializar o esforço das redes mundiais de enfrentamento a esse problema. Segundo Carmen, o conteúdo e o debate foram organizados para que haja o espaço efetivo de participação do público.
OBS.: A Rede Mãos Dadas esta fazendo uma cobertura jornalística sobre o evento mantendo em seu site diversas matérias e reportagens sobre o assunto.
Fonte: http://www.maosdadas.org/?pg=show®istro=398&util=1
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