quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Como mudar o que mais irrita no casamento

Olá gente!

Este é mais um ótimo livro do famoso conselheiro de casais, Gary Chapman. Autor da série "As Cinco linguagens do Amor". Chapman tem a singular habilidade de tratar assuntos delicados com maestria e objetividade.

Desde de Gary Smalley que escreveu "Ela precisa saber" e "Que bom se ele soubesse!", evidentemente ninguém vai desprezar a importância de uma abordagem teórica sobre este assunto. Jaime Kemp, James Houston, David Kornifield e outros autores como Larry Crabb (Como Construir um Casamento de Verdade) e Martin Lloyd Jones (Vida no Espírito no casamento, no lar e no trabalho), dedicam um grande espaço em suas abordagens às questões teóricas e motivacionais envolvidas no relacionamento conjugal. No entanto, esta abordagem mais prática e as dicas que o autor oferece, como se ele estivesse em seu consultório, são realmente excelentes.

A Editora Mundo Cristão disponibilizou o 1º capítulo deste livro em seu site, de onde extraímos uma parte para esta postagem. Aproveite, você vai gostar.

Lauberti Marcondes
http://diaconia-integral.blogspot.com/


Como mudar o que mais irrita no casamento

Introdução

Depois de trinta anos aconselhando casais, cheguei a uma conclusão indubitável: todas as pessoas casadas gostariam de ver mudanças no cônjuge. Por vezes, em vez de expresso, esse desejo é refinado e aprofundado em devaneios. O marido sonha acordado com uma esposa que fez as mudanças por ele desejadas e delicia-se com o produto de sua imaginação. A esposa, por sua vez, sonha com um marido que tome a iniciativa de colocar o lixo para fora. Esses devaneios alimentados em segredo sobre o cônjuge perfeito tornam-se barreiras para a intimidade no mundo real.

No outro extremo, encontramos maridos ou esposas que não se acanham em exigir mudanças, escolhendo quase sempre os momentos de raiva para expressar seu desejo. A linguagem ríspida e o comportamento agressivo revelam quanto gostariam que seu cônjuge fosse diferente. Uma esposa contou sobre uma ocasião em que o marido a empurrou contra a parede e, quando ela se queixou, respondeu: "Quando você começar a agir como esposa, eu a tratarei como tal. Até lá, vai ter o que merece". Sem dúvida, por trás das palavras "começar a agir como esposa" havia uma série de expectativas específicas de mudança de comportamento da mulher. A esposa que grita: "Eu não agüento mais arrumar sua bagunça. Faça o favor de virar gente grande" está revelando sua expectativa de mudança.

Entre o extremo do silêncio e o das exigências grosseiras, milhares de casais vivem com expectativas malogradas. Se ao menos o marido ou a esposa mudasse, a vida seria tão diferente! Algumas vezes, procuram expressar seu desejo; em outras, simplesmente desistem e deixam a frustração tomar conta.

Qual é o problema? Como é possível o desejo de ver mudanças no cônjuge ser tão universal e, ao mesmo tempo, a realidade dessas mudanças ser tão rara? Creio que a resposta pode ser encontrada em três fatores:

  • Começamos da maneira errada.

  • Não entendemos o poder do amor.

  • Não sabemos comunicar de forma eficaz o desejo de ver mudanças no cônjuge.
Este livro responderá à pergunta: "Como conseguir que meu cônjuge mude sem manipulação?". Nas próximas páginas, desejo mostrar o ponto de partida correto, algumas maneiras de usar o poder do amor e como desenvolver a habilidade necessária para pedir mudanças.

Sei que você é uma pessoa ocupada, por isso, procurei escrever um livro conciso e objetivo. Apesar da concisão, é um livro eficaz e tem o potencial de realizar as mudanças tão desejadas em seu cônjuge. Não será fácil aplicar os princípios que vou ensinar, mas, se você o fizer, terá ótimos resultados. Em minha experiência como conselheiro, nunca conheci alguém que tivesse se esforçado para aplicar esses princípios sem ver mudanças consideráveis no comportamento do cônjuge.

Este livro é dividido em três seções correspondentes às questões fundamentais já mencionadas. Vou conversar com você como se estivéssemos em meu consultório de aconselhamento e compartilhar o que tenho compartilhado com centenas de casais ao longo de minha experiência. Se você estiver pronto, podemos começar.

1. Começando da maneira certa

As pessoas que desejam ver mudanças no cônjuge sempre começam da maneira errada. Um jovem chamado Robert é um exemplo clássico. Mal entrou em meu consultório e foi logo me dizendo que a esposa, Sheila, havia se recusado a acompanhá-lo.

— O que está acontecendo? — perguntei.

— Em primeiro lugar, minha esposa é terrivelmente desorganizada. Ela passa metade do dia procurando a chave do carro. Nunca sabe onde encontrar suas coisas, porque não se lembra onde as deixou. Não é um caso de Alzheimer — ela só tem 35 anos. É um problema de desorganização. Já tentei ajudá-la, mas ela não aceita nenhuma sugestão minha. Diz que estou querendo controlá-la. Mas não é isso. Só quero facilitar a vida dela. Se ela se organizasse melhor, com certeza minha vida também seria mais fácil. Perco um bocado de tempo ajudando-a a procurar coisas que ela perdeu.

Fiz algumas anotações enquanto Robert falava e, quando ele terminou, perguntei:

— Alguma outra área problemática?

— Dinheiro. Eu tenho um bom emprego e ganho o suficiente para vivermos tranqüilos, mas Sheila gasta além da conta. Ela nunca pesquisa preços, nunca pede descontos nem sabe aguardar as liquidações. Buscamos um consultor financeiro, mas ela não segue as orientações dele. Agora temos uma dívida de 5 mil dólares de cartão de crédito, e, mesmo assim, ela não pára de gastar.

Quando ele fez uma pausa, perguntei novamente.

— Há alguma outra coisa incomodando você?

— Na verdade, há sim. Ela também não se interessa por sexo. Parece até que poderia viver sem isso. Se não tomo a iniciativa, nunca acontece nada. E, mesmo quando eu a procuro, muitas vezes ela me rejeita. Eu imaginava que o sexo fosse uma parte importante do casamento, mas, pelo jeito, ela não pensa como eu.

No decorrer da sessão, Robert falou de mais algumas frustrações decorrentes do comportamento da esposa. Comentou que havia se esforçado de todas as formas possíveis para fazê-la mudar, mas com pouquíssimo ou nenhum resultado. Estava pronto para desistir de tudo. Havia me procurado porque tinha lido meus livros e pensou que, talvez, se eu telefonasse para a esposa dele e nós conversássemos, eu poderia convencê-la a mudar em algumas coisas. No entanto, minha experiência me diz que, se Sheila viesse a meu consultório, contaria uma versão diferente da história. Ela me falaria dos problemas dela com Robert, de como, em vez de ser compreensivo, o marido era exigente e ríspido.

Talvez dissesse:

_Se Robert fosse um pouco mais gentil e romântico, eu me interessaria por sexo.

E comentaria:

_Pelo menos uma vez na vida, gostaria de ouvir um elogio sobre uma compra que fiz, e não mais palavras de reprovação por gastar tanto.

Em resumo, sua perspectiva seria:

_Se Robert mudasse, eu também mudaria.

Existe alguma esperança para Robert e Sheila? Eles podem conseguir as mudanças que desejam ver um no outro? Creio que sim, mas, em primeiro lugar, precisam mudar radicalmente a abordagem. Estão começando da maneira errada.

Sabedoria antiga

Em meu trabalho como conselheiro, descobri que a maioria dos princípios de relacionamento verdadeiramente eficazes não são novos. Muitos podem ser encontrados na literatura da Antiguidade e resgatados do esquecimento. O princípio de começar da maneira certa, por exemplo, pode ser encontrado numa lição de Jesus, conhecida como Sermão do Monte. Farei uma paráfrase da citação de modo a aplicar o princípio diretamente ao relacionamento conjugal:

"Marido, por que você repara no cisco que está no olho da sua esposa, mas não se dá conta da viga que está em seu próprio olho? Ou, esposa, como você pode dizer ao marido: `Deixe-me tirar o cisco do seu olho', quando há uma viga no seu? Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, então você verá claramente para remover o cisco do olho do seu marido". ( Mateus 7:3-5, paráfrase do autor).

O princípio é claro: você precisa começar com a viga em seu próprio olho. Observe com atenção que Jesus não diz: "Não há nada de errado com seu cônjuge. Pare de pegar no pé dele". Na verdade, ele sugere a existência de um problema com o outro quando diz: "Quando você tiver tirado a viga do próprio olho, poderá ver mais claramente e remover o cisco do olho do cônjuge".

Todo mundo precisa mudar em alguma coisa. Não existem cônjuges perfeitos — apesar de eu ter ouvido a história de um pastor que perguntou: "Alguém aqui conhece um marido perfeito?". Um homem no fundo da igreja levantou a mão sem hesitar e respondeu: "O primeiro marido de minha esposa". Assim, se existem maridos perfeitos, todos eles já morreram. Nunca encontrei um marido que não precisasse mudar. Também ainda estou para conhecer a esposa perfeita.

Na maioria das vezes, as pessoas não conseguem as mudanças desejadas porque não começam da maneira correta. Concentram-se nos defeitos do outro antes de tratarem das próprias fraquezas. Vêem um cisco no olho do cônjuge e tentam removê-lo lançando uma sugestão. Quando isso não funciona, pedem abertamente uma mudança. Quando essa abordagem encontra resistência, exigem a mudança em tom de ameaça. Por fim, partem para a intimidação e manipulação. Mesmo quando conseguem algum resultado, ele ocorre à custa de um ressentimento profundo da parte do cônjuge. Não é esse tipo de mudança que a maioria das pessoas quer. Assim, se você deseja, de fato, ver seu cônjuge mudar, precisa começar tratando dos próprios defeitos.


Para maiores informações acesse:
http://www.mundocristao.com.br/adicionais/como_mudar.htm


OBS.: não temos nenhum vínculo com a Editora Mundo Cristão ou com o autor que vá além de simples consumidores.

Um comentário:

Anônimo disse...

mesmo com todo amor é dificil a vida a dois!

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