sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Ressentimentos 3: Aprendendo a lidar com emoções negativas

C – OLHE PARA O EXEMPLO DE DEUS

Fomos criados por Deus com a capacidade de nos relacionarmos profundamente com as pessoas que estão ao nosso redor. Por isso, segundo o Dr. Larry Crabb, um dos impulsos mais fortes dentro de cada um de nós é o desejo de encontrar alguém que nos ame, que nos aceite exatamente como somos, e que se alegre com nossa amizade. Mas, a nossa própria experiência ensina que nenhuma pessoa é capaz de atender perfeitamente este desejo. Tanto que, se todos os segredos do nosso coração fossem revelados, muitos se surpreenderiam com a quantidade de mágoas, tristezas e decepções que guardamos. Pais, parentes, amigos, namorados, cônjuges, filhos e tantos outros que por mais esforçados que sejam, têm suas limitações e acabam fazendo algo que não gostamos. Se ao longo dos anos, não desenvolvermos habilidades para superar estas situações desagradáveis, eliminando a dor das lembranças desagradáveis, acabaremos escravos do passado, dominados pela mágoa e com poucos amigos. A solução de Deus para que os ressentimentos não avancem para um estado de amargura e azedume, é aplicarmos o perdão amoroso. Apesar de ser um processo que custa caro, somente o perdão amoroso é profundo o bastante para resolver esta questão satisfatoriamente. Não adianta um simples desculpar. Por isso, a única maneira de entender verdadeiramente este tipo de perdão é aprendermos com o próprio Deus. (Efésios 5:1-2)

1 – A atitude que pode ser imitada

Existem muitas coisas que podemos aprender com Deus, ainda que alguns achem impossível imitá-las. Para estes, é importante entender que todas as vezes que as Escrituras falam de imitar a Deus, trata-se de reproduzirmos comportamentos que reflitam a excelência moral do caráter Divino. Não é um apelo para fazermos coisas sobrenaturais que somente Deus é capaz. É uma orientação em relação à forma como Deus trata as pessoas. Por exemplo, nesta questão das ofensas somos chamados a imitar a atitude amorosa de Deus, que providenciou uma maneira de perdoar os pecadores através de seu Filho Jesus. Para tanto, devemos aprender a importância de amar todas as pessoas (Mateus 22:36-40), inclusive aquelas nos perseguem, magoam e nos aborrecem (Mateus 5:44-46). Mas, como é possível amar alguém que vive nos maltratando e com quem estamos ressentidos? Já vimos que o normal é sentirmos emoções negativas quando somos maltratados, e não devemos desprezar estas emoções. No entanto, não somos escravos de nossas emoções, elas precisam estar sujeitas as nossas decisões. Quando Deus decidiu perdoar o seu povo, não era porque Ele estava feliz e contente com os pecados que foram cometidos, mas porque, em Seu Amor, Ele escolheu fazê-lo. O amor é algo que decidimos, é algo que escolhemos. Por isso, nós quem decidimos se vamos ou não ter uma atitude de amor e perdoar aquele que nos ofendeu. Ou seja, nossas emoções indicam se estamos sendo impactados por algo agradável ou desagradável. Dependendo do caso, a mágoa pode se manifestar. Este é o processo emocional que reage aos impactos da vida, e nos faz sentirmos vivos. Entretanto, é você quem decide se vai alimentar este sentimento e viver eternamente ressentido. E também é você quem decide se vai imitar a Deus, perdoando seus ofensores, apesar de suas emoções pedirem o contrário.

2 – A disposição de arcar com os prejuízos

Muitas pessoas falam tanto sobre o amor de Deus, mas não tem a mínima idéia do quanto este amor custa caro. Deus não faz algum tipo de “remendo novo em vestido velho” quando um de seus filhos rasga a roupa. Deus sempre aproveita as oportunidades para transformar o mal em bênçãos. Algo que nós podemos aprender. Não é uma questão de agir como um grande bobão e nem de incentivar o mal, mas é a disposição de alguém que olha a realidade com compaixão e se dispõe a arcar com prejuízos. Sem um interesse em construir amizades profundas, que sobrevivam aos tempos de crise e desentendimentos, não conseguiremos entender porque esta disposição é tão importante. Mas, ela é essencial para que haja um genuíno perdão amoroso. Quando Deus decidiu tratar seu povo com amor, Ele estava ciente de seus pecados, ciente que todo ser humano diariamente erra em palavras, atos e pensamentos pecaminosos. (Romanos 3:10-18 ). Entretanto, Deus não pode, simplesmente, passar por cima de sua Justiça e Santidade, que exigem uma correta punição sobre cada pecado, para perdoar Seu povo. Deus não pode deixar de ser Justo para ser Amor. Apesar do alto preço, Deus se dispôs a assumir os prejuízos para manter sua decisão de perdoar. Ele enviou o seu Filho a Cruz para receber a punição que cada um de nós merecia. Esta é a maior prova de amor de todos os tempos, por causa da cruz, Deus esta livre para oferecer perdão e amizade eterna (João 3:16). Alguma pessoa esta lhe devendo algo? Você sente que foi prejudicado por alguém? A pessoa que você tanto gostava te decepcionou? Se quisermos fazer amigos e construir grandes amizades, precisaremos estar dispostos a agir sacrificialmente em favor destes relacionamentos. Mas, se não tivermos esta disposição de assumir os prejuízos pelos danos causados, também não conseguiremos liberar o perdão amoroso.

3 – A força da compaixão

As feridas emocionais causadas pelas ofensas que recebemos não se constituem em nosso maior problema. Elas somente conseguirão exercer grande influencia em nós se estivermos longe de Deus, com o nosso “tanque emocional” vazio. Pois, neste caso, a força do egoísmo buscará, a todo custo, satisfazer nossas próprias carências e nos proteger de mais dor. Esta força interior nos impulsionará na direção de todos os artifícios para atingir estes objetivos. Todo este processo, a Bíblia chama de “força da carne”, que age enquanto o nosso coração é dominado pelo pecado. Por causa da história de vida de cada um, algumas pessoas chegaram numa condição na qual nada do que acontece com os outros faz a mínima diferença. Elas chegaram a triste conclusão de que a vida é dura e terrível, que é cada um por si e Deus por ninguém. Diante desse quadro tenebroso, decidiram que vão viver por si mesmas, sem desperdiçar tempo e energia com o problema dos outros. Será que uma pessoa que conhece a Deus pode abrigar pensamentos tão egoístas? Quando entregamos as nossas vidas nas mãos de Jesus e recebemos o perdão de Deus sobre os nossos pecados, algo tem que mudar em nossos corações (Ezequiel 11:19-20). Se ele for cheio com o amor de Deus, aos poucos nossas atitudes também refletirão esta mudança. Gradativamente nos tornaremos menos egoístas e mais compreensivos, compassivos e amorosos. A força da compaixão que vem de Deus, vai por toda a maldade para fora e substituí-la por atos de amor (I Pedro 3:8). Ainda que seja alguém que maltratou você, com seu coração transformado e preenchido pela compaixão de Deus, tudo o que você mais desejará será transmitir esse amor. Você passará a se interessar pelos outros, passará a sentir quando algo não lhes vai bem, pois a presença de Cristo dominará seu coração e trará compaixão para com o próximo.

4 – O olhar de bondade

A pessoa ressentida fica sempre de lado, somente olhando em seu azedume. Ela nunca é útil, nunca pensa em fazer o bem. Isso é devido a mágoa que sempre subtrai, que sempre procura algum defeito, que sempre focaliza no que esta errado. Todavia, quando uma pessoa é alcançada pela bondade de Deus, tudo muda (Efésios 4:31-32). Ela se torna capaz de olhar o ofensor com outros olhos. Antes o via como alguém que lhe só causava danos. Agora o vê como uma reles vítima do egoísmo e do pecado que domina os corações que estão distantes de Deus (Lucas 23:34a). Agora o vê com alguém que abriu brechas para que o Diabo possa usá-lo em suas maldades. Além de reconhecer que o outro também é uma vítima, a pessoa admite que ainda há nela resquícios que precisam ser limpos. Pois, quando alguém sabe o que é ser um vil pecador para quem Deus não deve nada. Que, na realidade, merece uma justa condenação por causa de seus pecados e maldades. Mas, para quem Deus, em seu grande Amor, enviou Jesus ao Calvário a fim de sofrer a condenação que lhe estava reservada, e desta forma ela pudesse ser perdoada. Quando alguém sabe de todas estas coisas e crê nelas, é impossível negar aos outros o que ela mesma recebeu. Como alguém que teve a experiência com o amor de Deus pode deixar que seu coração se endureça ao ponto de negar o perdão aqueles que lhe ofenderam? Somente se esta pessoa esta distante de Deus e, verdadeiramente, não conhece seu amor e perdão. Mas, se pelo contrário, ela recebeu esta bondade divina, também se tornará benigna. Se tornará uma pessoa que é útil e benéfica para os outros. Estará sempre à procura de alguma coisa que possa elogiar, pois a benignidade é sempre proveitosa, útil, benéfica e perdoadora. Este é o tipo de perdão que Deus nos concede e espera que ofereçamos a outros. Em nosso último estudo, vamos aprender maneiras práticas de liberar este perdão sobre as pessoas que nos ofenderam.

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