sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Se sua igreja deixasse de existir, quem sentiria falta?

Olá Gente!

Individualmente, somos chamados a ser sal da terra e luz do mundo, lamparina que se coloca em cima do velador e que impacta o ambiente. Como igreja, também somos chamados a sinalizar esta comunidade de amor e serviço, que vive o presente da salvação com a expectativa do futuro eterno do Reino de Deus. No entanto, muitas vezes, nossas igrejas não estão refletindo a glória de Deus em sua própria comunidade circunvizinha.

Esta é a reflexão que Maurício Cunha, diretor de programas da Visão Mundial e autor do livro O Reino entre Nós da Editora Ultimato, nos convida a fazer.

Igreja relevante (parte I)

Por Mauricio J. S. Cunha
"Então, lhes perguntou Jesus: Que é isso que vos preocupa e de que ides tratando à medida que caminhais? E eles pararam entristecidos. Um porém, chamado Cleopas, respondeu, dizendo: És o único, porventura, que, tendo estado em Jerusalém, ignoras as ocorrências destes últimos dias? Ele lhes perguntou: Quais? E explicaram: O que aconteceu a Jesus, o Nazareno, que era varão profeta, poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo"
Lucas 24: 17-19
Introdução: uma reflexão crítica acerca da relevância da Igreja nas comunidades
O texto dos discípulos no caminho de Emaús nos ajuda a compreender a percepção que eles tiveram da vida e ministério de Jesus. Neste encontro, o Senhor já havia cumprido o seu ministério na terra, já havia ressuscitado e preparava-se para manifestar-se aos discípulos. Podemos entender a descrição que Cleopas fez do Mestre como uma espécie de "resumo" da visão que tinha acerca dele, do legado por ele deixado.

E como foi que os discípulos definiram Jesus? Quais os aspectos da sua vida e ministério, depois de tudo dito e feito, ficaram evidentes?
Jesus foi definido como "varão profeta, poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo". Como deve ser reconhecida a Igreja, Corpo de Cristo na terra? Da mesma forma que Jesus, a Igreja, tanto na sua dimensão universal quanto nas suas mais diversas manifestações locais, deve também ser reconhecida como poderosa em obras e em palavras, diante de Deus e de todo o povo. Isso traz implicações ministeriais de serviço tanto na esfera das disciplinas espirituais e de uma forte devoção ("diante de Deus"), quanto no serviço comunitário e testemunho através da proclamação, sinais, atos de justiça e obras ("e de todo o povo"). Nosso chamado é servir aos homens, em nome de Deus.
Por diversas razões históricas que culminaram numa leitura específica e equivocada das Escrituras e numa missiologia reducionista, a Igreja tem se restringido, muitas vezes, a ser "poderosa em palavras". Valorizamos o púlpito, o evangelismo, a proclamação, e defendemos a verdade absoluta que expressamos verbalmente, mas nem tanto o serviço comunitário, a militância social, a ministração às necessidades físicas. Descremos num engajamento social e político e desconfiamos de qualquer forma de aliança ou parceria com outros atores sociais com vistas à transformação. Na vida pessoal, separamos o serviço "sagrado", eclesiástico, espiritual, da atuação na vida profissional e comunitária, chamando-a de "secular".
Nesta visão, que limita a missão à proclamação apenas, o nosso alvo final é a salvação de almas rumo a uma eternidade com Deus e a evidência de êxito é uma igreja cheia de gente. Uma prática missiológica estreita é um dos fatores que contribuem para uma igreja cada vez mais irrelevante:
- não há serviço comunitário;
- a igreja se torna um grupo de pessoas voltado para si;
- as manifestações de compromisso público e posicionamentos institucionais são apenas no sentido de defender os seus próprios interesses e não envolvem a sociedade como um todo, muito menos a denúncia das injustiças;
- os ministérios são desenhados para manter as estruturas da igreja e fazer com que elas funcionem bem, com pouca repercussão comunitária;
- a expressão vocacional dos membros é consumida internamente nos ministérios eclesiásticos. Quase não há espaço para uma militância social e um engajamento transformacional ao nível de sociedade.
Quando muito, são iniciativas individuais dos membros, pulverizadas e com pouco impacto efetivo;
- posicionamentos e ações de cunho social são considerados "menos importantes" ou secundários, muitas vezes tolerados e não empoderados pelas lideranças, e quando existem, estão desconectados do sentido da própria Missão da igreja, o cerne e o sentido a sua existência.
- o testemunho social e as obras de serviço comunitário são vistos como um "gancho" para o que "realmente interessa": o evangelismo e a salvação das almas. O resultado desta incompreensão acerca da integralidade da mensagem evangélica gera uma série de conseqüências, como: projetos com resultados fracos, equívocos na condução e avaliação dos programas de intervenção, manipulação da comunidade, falta de prioridade estratégica e orçamentária, etc.
Uma pergunta que cabe a todos nós, especialmente aos líderes eclesiásticos é: se sua igreja, num piscar de olhos, desaparecesse da comunidade onde está inserida, o que a comunidade ao redor ia achar disso?
Infelizmente, a resposta sincera a esta pergunta denunciaria a quase completa irrelevância de grande parte das comunidades cristãs, quando não um testemunho comunitário negativo.
Será esta a nossa vocação? Devemos nos contentar com esta situação?
Uma igreja relevante é assim reconhecida pela comunidade onde está inserida.
Fonte: http://ultimato.com.br/blogs/paralelo10/2009/09/igreja-relevante-parte-i/

Nenhum comentário:

APOIO

APOIO
RUA LEANDRO CAMPANARI, 41 JD. IGUATEMI - SÃO PAULO. REUNIÕES AOS DOMINGOS AS 09HS E 18HS.

Fale conosco

Assunto do contato
Nome
E-mail
Mensagem
MSN
Telefone
Digite o código



http://www.linkws.com