quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

J. Edwards e nossas resoluções de ano novo


AS FIRMES RESOLUÇÕES DE JONATHAN EDWARDS

27/12/2012
AS FIRMES RESOLUÇÕES DE JONATHAN EDWARDS
Os estudiosos que se debruçaram sobre a vida e a obra do puritano Jonathan Edwards, a exemplo do pastor norte-americano Steven Lawson que a ele dedicou um edificante livro publicado pela Editora Fiel, intitulado As Firmes Resoluções de Jonathan Edwards, afirmam que o notável teólogo, pregador e pastor de almas, era, não somente uma pessoa dotada de mente prodigiosa, erudita, mas também um ser humano portador de um coração extremamente piedoso e inteiramente voltado para a promoção da glória de Deus. Para o atingimento de meta tão nobre, Jonathan Edwards, por muitos considerado o mais brilhante filósofo produzido em solo americano, estabeleceu, de modo objetivo e focado, aquelas que ficaram conhecidas com as suas Firmes Resoluções, as quais ele intentou perseguir, com denodo, e das quais não pretendia desvencilhar-se, um minuto sequer.
Como teólogo professante da fé matizada pela robusta e bíblica tradição reformada, que tem no pilar da soberania de Deus sobre todas as coias, um dos seus indesviáveis fundamentos, Jonathan Edwards bem sabia que “Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua bondade”. Mas, de igual modo, exibindo uma percepção espiritual equilibrada, nunca perdeu de vista que é imperioso dever de todo regenerado, que experimentou a viva manifestação da bondade de Deus, “desenvolver a vossa salvação com temor e tremor” (Filipenses 2.12b, 13).
É nesse contexto de vivência de uma fé operosa, frutífera e dinâmica, marcada pela diligente apropriação dos copiosos meios de graça disponibilizados por Deus em favor do seu povo amado, que emergiram as Firmes Resoluções de Jonathan Edwards, no ingente encalço de uma vida cristã vitoriosa e, sobretudo, compatibilizada com “a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”, conforme assinala o apóstolo Paulo na epístola que endereçou à igreja sediada na cidade de Roma.
Jonathan Edwards estabeleceu a Firme Resolução de resignar-se, cotidiana e incondicionalmente, ao exercício santo, sábio, amoroso, e frequentemente misterioso, da providência divina, mecanismo por meio do qual Deus administra o seu controle e governo sobre tudo e sobre todos, de modo a executar, cabalmente, os seus propósitos, ancorados no solo imemorial dos seus eternos e sublimes decretos. Essa resolução inaugural de Jonathan Edwards tinha como principal finalidade, como ele mesmo confessava em seus preciosos diários, impedir-lhe de duvidar, quaisquer que fossem as circunstâncias pelas quais ele viesse a passar, do amor de Deus por sua vida.
Embora a Escritura Sagrada assevere que Deus já provou o seu amor para conosco, ao enviar o seu Filho Jesus Cristo para morrer na cruz do calvário e assegurar vida eterna aos seus eleitos, frequentemente, principalmente quando somos confrontados com a face dolorosa do sofrimento, temos a triste propensão para questionarmos o Senhor e, ato contínuo, duvidarmos da sua bondade para conosco. Quando assim procedemos, não nos damos conta de que, na prática, estamos rasurando o íntegro caráter do Senhor, ao presumirmos que ele está sendo injusto para conosco. Foi exatamente para precaver-se contra pecado tão hediondo, que Jonathan Edwards erigiu tão solene e Firme Resolução.
Jonathan Edwards estabeleceu a Firme Resolução de viver, permanentemente, com a expectativa da iminente irrupção da eternidade. Viver sabendo que, a qualquer momento, poderia sair do tempo para estar na eternidade, face a face com aquele a quem deveremos prestar contas de todos os atos cometidos pela instrumentalidade do corpo que nos foi dado. Quando o senso da certeira eternidade nos envolve, cultivamos, com mais fervor, um santo desapego, não somente pelas coisas mundanas e que sabemos serem, de fato, pecaminosas, mas também por aquelas que, embora legítimas, muitas vezes obstaculizam um progresso mais efetivo em nossa caminhada espiritual, em nosso crescimento na seara dolorosa e sublime da santificação. De igual maneira, a percepção da eternidade agudiza em nós um maior senso de urgência em relação aos compromissos que temos de cumprir na condição de servos de Deus, cidadãos do seu celestial reino, pedras vivas do edifício, do qual Jesus Cristo é a Pedra Principal, Caminho, Verdade e Vida, roteiro seguro e inafastável da bem-aventurança eterna.
Jonathan Edwards estabeleceu a Firme Resolução de abandonar, sem nenhuma concessão diplomática a qualquer espécie de justificativa, todo tipo de manifestação do pecado em sua vida. Para isso, cultivou o autor do famoso sermão Pecadores nas mãos de um Deus irado a prática salutaríssima do autoexame espiritual a fim de, por meio dele, e com a indispensável assistência do Santo Espírito de Deus, inspecionar o seu coração, sondá-lo e mantê-lo puro diante do Senhor. Nesse particular, é sempre oportuno nos darmos conta de que, inobstante ter sido alvo do poderoso milagre da regeneração, o nosso coração ainda é “enganoso e corrupto”, carecendo, desesperada e constantemente, da faxina e higienização provenientes da Palavra de Deus, do sangue de Jesus Cristo e da habitação interna do Espírito Santo em nós. Ademais, o autoexame espiritual não é uma opção para o crente, mas sim um imperativo da graça; uma superlativa ordenança do Senhor para confirmar a nossa fé e reafirmar a nossa condição de eleitos de Deus.
Jonathan Edwards estabeleceu a Firme Resolução de cultivar o exercício contumaz das importantes disciplinas espirituais, tais como: a leitura devocional da Escritura Sagrada, a oração, a confissão de pecados, a mortificação, a temperança na alimentação e no dormir, a contemplação da majestade de Deus revelada em todo o esplendor da ordem da criação, dentre outras a que Jonathan Edwards se ligava, com vistas ao enriquecimento da sua vida espiritual. Em suma: Jonathan Edwards estabeleceu como teleologia suprema da sua existência a Firme Resolução de em todas as coisas glorificar a Deus, reconhecendo que foi para isso mesmo que nós fomos criados, para “glorificar a Deus e gozá-lo para sempre”, conforme registra, em sua indagação primeira, o Breve Catecismo, um dos mais significativos Símbolos de Fé das igrejas cristãs que professam uma confessionalidade reformada.
No momento em que nos aproximamos do final de mais um ano e do início de outro, creio que é importante refletirmos acerca de como foi e como está sendo a nossa vida, ao longo desta cronologia que chega ao seu crepúsculo, a fim de firmados em Deus e na âncora sólida da sua Palavra, projetarmos a continuidade do nosso caminhar com Deus.
Nesse contexto, meditar sobre a vida de um homem que, pecador como todos nós deliberou, firmemente, viver para o inteiro agrado de Deus, funcionará para nós, creio, como uma fonte de inspiração para, de igual maneira, anelarmos tal sentir, tal pensar e tal fazer. Que o Senhor do tempo, Pai da eternidade, conceda-nos a graça de erigirmos, enquanto aqui estivermos, Firmes Resoluções para o nosso viver; e que, em todas elas, mova-nos, tão somente, o santo desejo de em tudo honrar e bendizer o nome santo do Senhor. Abençoado 2013 para todos os amados irmãos da Igreja Presbiteriana de Campina Grande. SOLI DEO GLORIA NUNC ET SEMPER.
José Mário da Silva
Presbítero
Fone: Consciência Cristã - VINACC


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