quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Ressentimentos 2: Aprendendo a lidar com emoções negativas

Ola amigos (as)

Este já é o segundo post sobre a questão dos ressentimentos. O primeiro tratou da importância das emoções e este tratará da questão do passado. É importante lembrar que alguns conceitos de psicologia dentro da visão cristã foram utilizados, e que é impossível tratar um assunto destes de forma cabal. A minha esperança é que, apesar de todas as limitações, seja um facho de luz indicando onde o sol brilha.


Lauberti


A - RESSENTIMENTOS


A2 – USE O PASSADO A SEU FAVOR

Desde o nosso nascimento, as relações inter-pessoais influenciaram na construção da nossa visão de mundo e do nosso jeito de ser. Este contato, principalmente com os pais, parentes ou responsáveis na infância, exerce um grande impacto sobre nossas emoções ao longo dos anos. Algumas pessoas tiveram uma história de carinho, afeto e proteção. Outras, no entanto, enfrentaram abandono, necessidades físicas e falta de atenção. E, mesmo em ambientes em que predominou o carinho, todos tivemos experiências dolorosas convivendo com seres humanos imperfeitos e limitados. Mesmo quando eles desejavam oferecer o melhor, às vezes cometeram erros e outras vezes não conseguiram colocar em pratica este desejo. Tudo isso influenciou a nossa capacidade emocional de reagir às situações que enfrentamos na vida e, muitas vezes, ainda reproduzimos as mesmas reações emocionais da infância com nossos cônjuges, filhos e outros relacionamentos da vida adulta.

a) Você às vezes “explode” sem razão aparente?
b) Tem dificuldades de expressar suas emoções com pessoas de seu relacionamento íntimo?
c) Não conseguiu construir amizades com quem se abre totalmente?
d) Você sentiu falta de alguma coisa em sua infância?

José do Egito (Gênesis 45:1-11) teve uma história marcada pela rejeição e abandono que poderiam acabar com a esperança de qualquer um, mas ele superou tudo isso e abençoou a vida de seus ofensores. Como podemos superar os ressentimentos deixados por pessoas e situações que nos magoaram?

1 – Livre-se do peso de sua bagagem (Hebreus 12:14-15)

Fomos criados por Deus com a capacidade de sentir o impacto da vida através de nossas emoções e com isso, vamos acumulando ao longo dos anos experiências que geram tanto emoções positivas como negativas. É como se tivéssemos uma mochila emocional nas costas onde guardamos as emoções. As emoções positivas como a alegria, a esperança e o sentir-se amado são como pequeninos balões de oxigênio, quanto mais experimentamos, mais a mala fica leve. Contudo, as emoções negativas como o ódio, a raiva e o ressentimento são como pedras grandes e pesadas, quanto mais experimentamos, mais pesada ela fica. Você já se imaginou tentando desempenhar suas tarefas com uma mochila pesada em suas costas? Difícil. As pessoas que permanecem ressentidas, magoadas e amarguradas sentem um grande peso emocional, uma indisposição e uma dificuldade para fazer coisas simples na vida, pois elas carregam um enorme peso nas costas. Todavia, apesar de causarem tanto transtorno, muitos não querem se livrar destes sentimentos. É porque eles nos ligam a uma parte importante da nossa história que não aceitamos que tenha ocorrida daquela maneira. O ressentimento mantém vivo o desejo de que a pessoa mude ou pague pelo que fez. Contudo, não temos o poder de mudar ninguém, nem tão pouco, temos condições de tratar com justiça e imparcialidade qualquer assunto. É difícil, determinar o quanto também fomos responsáveis por cada situação. Com isso, podemos passar o resto de nossas vidas com este “peso nas costas”, ou simplesmente aliviar a nossa bagagem através do perdão. Pode ser doloroso livrar-se das pedras das magoas que tanto estimamos, mas ao perdoarmos nossos ofensores nos sentiremos mais “leves”.

2 – Encha-se de coragem para entrar na caverna (2 Timóteo 1:7 )

A história que contamos sobre as nossas vidas é constituída das lembranças que dispomos, e muitas vezes, elas são interpretadas segundo a nossa ótica pelas emoções que sentimos na época. Muitas pessoas tentam esquecer de suas histórias tristes, reprimindo suas lembranças, que ficam escondidas numa espécie de caverna da memória. Entretanto, como não temos controle sobre os nossos sentimentos, de vez em quando, as lembranças emergem junto com alguma emoção que nos remete ao passado. Outras pessoas tentam ignorar totalmente o assunto e as pessoas que lhe maltrataram. Para tanto, utilizam-se do isolamento social como uma forma de mecanismo de defesa, não falam mais com a pessoa, não entram mais no assunto e começam a manter os demais relacionamentos a certa distância para que o problema não volte a ocorrer. Todavia, ao entregarmos nossas vidas nas mãos de Jesus podemos voltar ao passado, entrar na caverna e convidar as tenebrosas lembranças da alma para que sentem-se ao nosso lado e contem sua verdadeira história, pois elas não podem mais nos amedrontar. Deus nos capacita (2Timóteo 1:7) a enfrentarmos essas lembranças, curando a dor que elas nos trazem através de seu amor e paz (Mateus 11:28-30) e usando-as para que possamos entender o quanto o passado exerce influência sobre as nossas emoções do presente. Somente Deus é poderoso para nos consolar e fazer com que cada experiência dolorosa seja transformada num instrumento de bênçãos (2 Coríntios 1:4). Não podemos mudar o nosso passado, ninguém pode, mas podemos aprender a contá-lo de uma maneira positiva, sem rancor quando nossa vida esta nas mãos de Deus.

3 – Feche os túmulos mal cobertos (Isaias 43:18-19)

Não temos nenhum interesse mórbido em libertar lembranças para que nos assombrem como fantasmas do passado. Na realidade, precisamos sim é fechar os túmulos abertos de histórias mal acabadas que estão fazendo um assobio estranho, todas as vezes que passamos em frente do cemitério de memórias enterradas. Precisamos crescer emocionalmente e nos tornarmos adultos nesta área. Cristo nos desafia a um crescimento integral onde o amor é a regra que norteia todos os nossos relacionamentos (Mateus 22:36-40). Mas, para que isto aconteça, precisamos fazer as pazes com o passado, precisamos encerrar o círculo vicioso de ressentimento e dor, precisamos fechar os túmulos mal cobertos. As pessoas que nos maltrataram, caso estejam vivas, não vão mudar somente porque nós queremos, circunstâncias de sofrimento continuarão a visitar as melhores famílias e emoções desagradáveis farão parte de todas as histórias de amor. Se não enfrentarmos de frente estas realidades, permaneceremos como eternas crianças emocionais, chorando, resmungando, fugindo ou se isolando. Para finalizarmos algumas histórias, precisamos aceitar as pessoas como elas de fato são, imperfeitas, limitadas e pecadoras. Por que continuar cobrando uma dívida que a pessoa jamais terá condições de pagar? Encerre esta conta, perdoe a dívida e siga em frente. O que parece um prejuízo pode começar a gerar lucros. Você caminhará mais rápido, mais leve e mais solto se não precisar gastar suas energias pensando em pessoas e situações que não podem ser mudadas. Quando, pelo poder de Deus, fechamos estes túmulos através do perdão, retiramos das mãos do ofensor o controle do nosso estado emocional. Ao ver a pessoa, lembrar-se da história ou conversar sobre o assunto, não temos mais picos de raiva nem distanciamento emocional, pois os túmulos do ressentimento já estão fechados e no lugar daquele assobio estranho agora ouvimos a música do céu. As lembranças não podem controlar quem perdoa, a pessoa recebe uma esperança divina para viver a sua própria vida.

4 – Deixe Deus muda-lo de dentro para fora (Mateus 15:16-20)

As mudanças sempre trazem consigo expectativas que nos assustam. Será que vai dar certo? Será que eu consigo? Medo, preocupação e ansiedade estão no caminho de quem precisa ou deseja fazer alguma mudança. Por mais desconfortável que seja, às vezes, aprendemos a conviver com as coisas do jeito que estão para não piorá-las. Escondemos-nos atrás do fingimento e prosseguimos. Estas são atitudes típicas de quem já entregou os pontos, de quem não tem mais esperanças, de quem prefere assistir a vida das arquibancadas. De fato, não podemos nos enganar achando que é fácil livrarmos-nos do ressentimento, principalmente se ele tiver raízes profundas. Entretanto, o próprio Jesus declarou que a maioria dos problemas tem raízes mais profundas do que pensamos. Por isso, precisamos de uma mudança interior para que consigamos enfrentar esta situação verdadeiramente. Algumas pessoas até conseguem desculpar, tolerar e conviver, mas não conseguem perdoar. Contudo, para vivermos plenamente a vida que Deus preparou para nós, precisamos do perdão que vem do fundo da nossa alma. Algo tão forte que mude a nossa disposição de inimigos assumidos ou conhecidos indiferentes para amigos que desejam abençoar seu ofensor. Para tanto, antes precisamos tirar os óculos escuros da amargura, do pessimismo e do medo. Precisamos receber os colírios da esperança para enxergarmos o futuro que esta nas mãos de Deus. Somente Jesus pode fazer esta cirurgia na alma humana. Através de sua Graça e Amor, Jesus revela que mais influente do que as feridas da alma é o mal do coração. Mais profundo do que as marcas deixadas pelas ofensas é a atitude das pessoas de viver sem Deus, longe de seus recursos e propósitos. Quando reconhecemos essas falhas e pecados e nos arrependemos diante de Deus, descobrimos que juntamente com Seu perdão, recebemos uma nova disposição, um novo poder que vem da presença do Espírito Santo de Deus em nossa alma. Por causa desta mudança interior, começamos a tratar as pessoas que nos ofendem da mesma forma como Deus nos trata: com perdão amoroso (Efésios 4:31-5:2)

Oremos: Para que o Senhor Jesus nos capacite a demonstrar este tipo de perdão a todas as pessoas que nos têm ofendido. Para que o Senhor Jesus transforme o nosso coração e, como conseqüência, nossas atitudes mudem. Para que no próximo estudo possamos entender melhor como Deus realiza este perdão amoroso.

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