sábado, 4 de abril de 2009

Adoração movido pelo pensar - por Fabiano Gomes


Pensar tem haver com discernir e, portanto pensar significa dialogar consigo mesmo e de maneira silenciosa.Quando somos convidados a crer movido pelo pensar, na verdade estamos sendo conduzidos a ter certeza, mas isso se dá pela ação do Espírito Santo testificando em nosso interior o que estamos crendo, mesmo que isso nos leva a pensar, pois o nosso Deus é um ser pensante e o Espírito Santo é um ser que nos leva a pensar e estar constantemente em busca da compreensão sadia e equilibrada da Palavra de Deus.
O apostolo Paulo quando ele fala de adoração para a comunidade cristã em Colossos na realidade está introduzindo a razão da igreja existir.Isso é essencial para a defesa de fé quanto à adoração a Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito. Nessa lição iremos perceber que o propósito de todo o homem deve ser adorar ao Criador.


Exposição:

Vimos que a igreja se reunia em Colossos para adoração. No primeiro momento, Paulo destaca os que fazem parte da comunidade: santos e fieis em Cristo (1.2). Ao falar de santos e fieis, o apostolo estava se referindo a uma comunidade digna de confiança e, isso tem haver com uma igreja que pensa, ou seja, o ser humano possui alma e, a alma alcança a verdade pelo conhecimento intelectivo, pois é ela a sede da verdade.Isso significa que em Cristo isso é possível, pois podemos pensar no que é santo e perfeito (Filipenses 4:8-9), o que leva o apostolo a ensinar que esse pensar é movido pelo o que aprendemos e assimilamos ouvindo e vendo por meio das pessoas.

E, é exatamente isso que leva a testificar que a comunidade cristã que pensa é movida pela fé em Cristo e do amor um para com o outro (Col. 1.4).Esse amor que motiva Paulo e Timoteo a adorar a Deus expressando a Ele a autoria da graça, paz e a causa maior de vivermos com esperança.E isso é a razão da adoração: fé e amor. Ambas as palavras nos motivam a pensar em adoração que quer dizer reconhecimento, valor e serviço.Veja, quando falamos de fé estamos falando de reconhecer e valorizar com convicção o que cremos e a razão da nossa crença.
Portanto, fé é atitude de confiança em alguém, portanto, fé é uma ação prática da adoração.Do mesmo modo que amor está relacionado a serviço, ou seja, serviço está mais próximo do sentido de inclinar diante de alguém se prostrando diante de alguém, o que indica o mesmo que amar.Interessante que ao falar de amor, pois Deus é amor, deveríamos dizer que esse amor chama-se amor-doação, o que nos leva a esforçar o máximo para o bem estar de quem amamos, e isso demonstra o que Deus operou em nós.

Frequentemente somos movidos pelo amor-necessidade onde queremos algo para satisfazer o ego, mas o amor que é fruto de adoração é o mesmo que vimos em Deus Pai e Deus Filho, quando se entregou pela humanidade para o nosso bem estar.Esse amor-doação é o amor adoração! Isso indica que quando Paulo redigia a carta afirmando que a comunidade colossenses está praticando a fé e o amor na realidade estava dizendo: vocês são adoradores pelo pensar e, isso se dá pela crença que vocês adquiriram ao ouvir a palavra da verdade (1.5).Isso é importante, porque quando falamos que adoração é movida pelo pensar logo vem em mente que adoração deve ter conteúdo.
Esse conteúdo que chegou por meio de Epafras a igreja em Colossos motivou Paulo a afirmar que eles estariam produzindo fruto e permanecendo crescendo.Eles estavam crendo porque havia entre eles um ser humano sério, digno de confiança, adorador no sentido de ser ministro, que no grego indica ser aquele que assiste as pessoas em suas necessidades doando em favor delas.Uma adoração movida pelo pensar tem relação com o conteúdo ouvido e visto por parte da comunidade o que gerou a frutificação e o crescimento.Veja que ao ouvir a palavra da verdade que transformam, a comunidade ouviu acerca da graça redentora capaz de não apenas adorar a Deus como também compreender que há pessoas mesmo longe que amam no Espírito (1.8).Isso significa que eles amam não pela simpatia pessoal, ou conhecimento pessoal, mas, eles amam pela influencia do Espírito.O Espírito Santo tem atributos de personalidade, ou seja, tem mente, sentimentos, e vontades. O que significa que o Espírito Santo pensa (Rom 8.27) e tem conhecimento (1Cor 2.11).
Quando somos convidados a adorarmos a Deus em espírito e em verdade (João 4.24), somos na realidade convidados a termos a mesma natureza do espírito. A palavra espírito é um predicado sem o artigo que indica qualidade, o que quer dizer que adoração com qualidade só pode ser pelo espírito que é uma pessoa, portanto, é um ser pensante, único e uno, ou seja, diferente de todos e sujeito de ação.Dessa maneira, quando Paulo pensa em adoração ele destaca o ser humano que pensa de forma tão clara que é capaz de crer e amar, reconhecer e servir com sua mente, sentimento e vontade.
Por mais diferente que sejamos uns dos outros, e agimos de forma distinta uns dos outros devemos adorar com a nossa individualidade e o Espírito é capaz de unificar a nossa diversidade para juntos sermos uma comunidade pensante e atuante.
Conclusão:
Quando falamos em fé e amor estamos destacando uma ação movida pelo pensar e, isso se dá pelo fato de sermos instruído com a mesma atitude.Frequentemente não sabemos adorar porque transformamos adoração com empolgação, transformamos ‘pessoas’ em meros seres coesificados[i], onde olhamos para o próximo como alguém que pode satisfazer o nosso ego, e, portanto, toda a nossa relação pessoal com Deus Pai e Filho passa a ficar comprometidos.Quando o apostolo começa: graça e paz por parte de Deus Pai ele indica podemos ter uma relação pessoal com o Pai e o Filho.
Portanto, transformamos a fé em um produto onde vale mais a experiência do que o conteúdo. Transformamos o amor-doação em amor-necessidade e passamos a não olhar o amor de Deus para conosco.Adoração deve ter conteúdo e o adorador deve ser alguém pensante, pois digno de adoração é aquele que sonda e conhece os nossos pensamentos.
Perguntas Para Reflexão:
1. Qual é a melhor maneira de adorarmos ao Deus Triúno. Pai, Filho e Espírito Santo?
2. O que vem a ser ministro no olhar do apostolo Paulo?
3. Como podemos defender a fé sem abrir de mão do conteúdo transformador?
“A verdadeira espiritualidade abrange o homem integral: pensamento, vontade e sentimentos”.
[i] Coesificação é o mesmo que ‘objeto de uso’.*esse texto faz parte da revista em edição 'supremacia de Cristo' a ser lançada em breve pela junec


Fabiano Gomes, Teólogo e Filósofo. Pós Graduado em Psicologia e Mestre em Antropologia. Cursando Gestão de R.H. Professor, Escritor, Conferencista e Gestor. Pastor Sênior na Igreja O Brasil para Cristo em Freguesia do Ó - São Paulo e Presidente Fundador do Instituto Diaconia Integral. Autor do livro Crise de Identidade. Além deste blog, outros artigos do autor podem ser encontrados no blog: http://teologiafilosofica.blogspot.com/

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