Olá Gente!
Tenho esperanças que possamos aproveitar este tempo de período eleitoral para alavancar o amadurecimento de nossa cidadania. Sei que evidentemente, os políticos e afins, tem outras intenções em mente, pois quanto menos as pessoas pensarem e refletirem, para aqueles que almejam manipular as massas é melhor. A participação dos cidadãos e cidadãs brasileiras em seus direitos civis, engajamento social e discussão política, deve ocorrer durante todo o tempo. Seja ele abrangendo toda legislatura política ou somente a eleição, que é uma pequena parte do processo. Votar é um direito, decisivo e importante, mas ele não encerra nossa participação política. Haja vista, que as questões de saúde, educação, segurança, trabalho, direito das crianças, adolescentes, mulheres, homossexuais, minorias religiosas, assistência social, entre outros, estão presentes na agenda da sociedade anualmente, não podemos deixar, ou melhor, acreditar que a nossa participação restringe-se somente ao ato de votar. Não podemos transferir nossos direitos e deveres a outros, ainda que eles sejam os representantes eleitos pelo povo para governar e legislar em favor do bem de nossa sociedade. A democracia representativa brasileira é jovem, e o que ela mais se ressente é da participação do povo, manisfestando seus reais interesses, cobrando e pressionando o poder constituido. Propor alternativas, mobilizar a sociedade em favor do bem comum, são ações que precisa estar em nossa agenda diaria de cidadãos, e não apenas neste periodo eleitoral.
O Evangelho de Cristo não contém uma mensagem de alienação social por apontar o céu como destino para a felicidade do cristão. A esperança celestial é o lugar da perfeição, onde a justiça, a paz, o amor e a alegria serão perfeitas. Mas, enquanto os cristãos estão aqui na terra, são embaixadores deste Reino Celestial, e sua missão é trabalhar para que os valores do Rei estejam presentes no mundo. Ainda que de forma imperfeita, parcial e limitada, aqueles que assumem esta responsabilidade de embaixadores de Cristo, devem reproduzir o ambiente da pátria celestial, e com isso sua consciência cidadã, esta atrelada a sua responsabilidade de ser "sal da terra" e "luz do mundo". Isso não significa que nestas eleições, os evangélicos devem votar somente em evangélicos. As credencias que devemos procurar estão relacionadas a capacidade de promover a justiça e a paz, o engajamento com o bem da sociedade, pessoas que tem uma história em prol da melhoria das condições sociais, que tenham caráter, e se forem cristãos, que não tenham dado motivos para envergonhar o nome de Cristo. Ou seja, se o candidato for evangélico, teve ter todas as qualidades dos demais, e além disso, ter testemunho irrepreensível. Quanto a pregação do evangelho? Que as Igrejas assumam seu papel.
Abraços
Lauberti Marcondes
http://diaconia-integral.blogspot.com
http://www.orkut.com.br/Main#Home.aspx?hl=pt-BR&tab=w0
Quem disse que política e religião não se discute? | |
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Imagine que a sua casa está com problemas, digamos, hidráulicos. Para ser mais específico, imagine que o seu vaso sanitário entupiu. Um desespero, uma correria.
Todos à caça de um bombeiro hidráulico, um marido de aluguel, um quebra-gralho, qualquer um que nos livre dessa enrascada. Surge o milagreiro, o santo. Pronto, todos podem, literalmente, respirar aliviados. Cafezinho, um acerto de contas fácil e uma troca de cartões de visita com aquele desconhecido que, a partir de agora, passa a ocupar um lugar nobre na nossa agenda de endereços.
Ninguém perguntou a religião do nosso "convidado". Não sabemos se ele é contra ou a favor do aborto. Nem se é espírita, macumbeiro ou frequenta as noites de descarrego. Na verdade, nossa procura era "objetiva": competência, habilidades com escoamento de fluidos e com as mais avançadas tecnologias hidráulicas. E, claro, acima de tudo, experiência.
Por que não fazemos o mesmo quando vamos "à caça" de um deputado, um governador ou um presidente? Nesse caso, saem os critérios hidráulicos e entram os critérios políticos. Simples assim. Nem sempre. Nesses tempos eleitorais, começa a esquizofrenia dos evangélicos: "Ele foi coroinha na infância, andou frequentando terreiros de umbanda e, na semana passada, comungou em Aparecida". Quase uma autópsia da peregrinação espiritual do candidato de plantão.
No próximo dia 3 de outubro, não vamos escolher pastores ou diáconos para as nossas igrejas. Claro, seria ótimo aliar habilidade e gestão política com espiritualidade. E, aqui, volto ao título da Prateleira. Sim, religião e política se misturam. A nossa prática devocional, as verdades bíblicas, podem e devem nos levar à participação política. Neemias, entre outros, é um exemplo bastante didático: "Quando fui nomeado governador, durante doze anos, nem eu nem meus irmãos comemos a comida destinada ao governador. Mas os governantes anteriores, aqueles que me precederam, puseram um peso sobre o povo [...]. Mas, por temer a Deus, não agi dessa maneira. Ao contrário [...], pois eram demasiadas as exigências que pesavam sobre o povo" (Ne 5.14-18).
É interessante perceber que Neemias sabia que a solução para a má política (dos seus antecessores) é a boa política. No entanto, não precisamos fugir do campo político para buscar o Deus bíblico. Ele está em todas as áreas da vida e, talvez, o nosso desafio seja juntar a ação política com a piedade, a participação no espaço público com o cultivo da espiritualidade, o engajamento com a devoção pessoal.
Se religião e política se misturam, Igreja e Estado, não. Não é papel do Estado promover uma determinada igreja ou religião — o estado deve ser não-confessional —, algo de que os evangélicos se lembram sempre que a Igreja Católica se arvora em ditar usos e costumes para a plebe. Mais, sabemos que amor ao próximo ou castidade não são matérias de governo. Ao mesmo tempo, a ética bíblica e a esperança dos novos céus e nova terra, "onde habita a justiça", devem nos inspirar naquilo que fazemos hoje.
• Marcos Bontempo, editor
Todos à caça de um bombeiro hidráulico, um marido de aluguel, um quebra-gralho, qualquer um que nos livre dessa enrascada. Surge o milagreiro, o santo. Pronto, todos podem, literalmente, respirar aliviados. Cafezinho, um acerto de contas fácil e uma troca de cartões de visita com aquele desconhecido que, a partir de agora, passa a ocupar um lugar nobre na nossa agenda de endereços.
Ninguém perguntou a religião do nosso "convidado". Não sabemos se ele é contra ou a favor do aborto. Nem se é espírita, macumbeiro ou frequenta as noites de descarrego. Na verdade, nossa procura era "objetiva": competência, habilidades com escoamento de fluidos e com as mais avançadas tecnologias hidráulicas. E, claro, acima de tudo, experiência.
Por que não fazemos o mesmo quando vamos "à caça" de um deputado, um governador ou um presidente? Nesse caso, saem os critérios hidráulicos e entram os critérios políticos. Simples assim. Nem sempre. Nesses tempos eleitorais, começa a esquizofrenia dos evangélicos: "Ele foi coroinha na infância, andou frequentando terreiros de umbanda e, na semana passada, comungou em Aparecida". Quase uma autópsia da peregrinação espiritual do candidato de plantão.
No próximo dia 3 de outubro, não vamos escolher pastores ou diáconos para as nossas igrejas. Claro, seria ótimo aliar habilidade e gestão política com espiritualidade. E, aqui, volto ao título da Prateleira. Sim, religião e política se misturam. A nossa prática devocional, as verdades bíblicas, podem e devem nos levar à participação política. Neemias, entre outros, é um exemplo bastante didático: "Quando fui nomeado governador, durante doze anos, nem eu nem meus irmãos comemos a comida destinada ao governador. Mas os governantes anteriores, aqueles que me precederam, puseram um peso sobre o povo [...]. Mas, por temer a Deus, não agi dessa maneira. Ao contrário [...], pois eram demasiadas as exigências que pesavam sobre o povo" (Ne 5.14-18).
É interessante perceber que Neemias sabia que a solução para a má política (dos seus antecessores) é a boa política. No entanto, não precisamos fugir do campo político para buscar o Deus bíblico. Ele está em todas as áreas da vida e, talvez, o nosso desafio seja juntar a ação política com a piedade, a participação no espaço público com o cultivo da espiritualidade, o engajamento com a devoção pessoal.
Se religião e política se misturam, Igreja e Estado, não. Não é papel do Estado promover uma determinada igreja ou religião — o estado deve ser não-confessional —, algo de que os evangélicos se lembram sempre que a Igreja Católica se arvora em ditar usos e costumes para a plebe. Mais, sabemos que amor ao próximo ou castidade não são matérias de governo. Ao mesmo tempo, a ética bíblica e a esperança dos novos céus e nova terra, "onde habita a justiça", devem nos inspirar naquilo que fazemos hoje.
• Marcos Bontempo, editor
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