sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Instituto Jetro: Desafios do 3º Setor

Ola Gente!
 
Segue uma excelente entrevista que o Instituto Jetro publicou sobre os desafios do 3º Setor com duas pessoas que tem bagagem teórica e prática.
 
abraços

Desafios do 3º Setor
Entrevista com Elias Montosa e Elke Resquetti

Muitos são os desafios das organizações do 3º Setor: a sustentabilidade, a qualidade de seus serviços, sua capacidade de articulação, sua eficiência administrativa e responsabilidade na prestação de contas à sociedade sobre a relevância de seus serviços.

Entrevistamos o presidente e a coordenadora administrativa da Associação Água Pura, uma ONG voltada aos dependentes químicos e suas famílias para saber como tem vencido a cada dia estes desafios.


Sr. Elias Martins Montosa, Técnico em Contabilidade  e empresário. Atuou como Presbítero da 1ª IPI de Londrina de 1959 até 2003, sendo tesoureiro por aproximadamente 35 anos. Fundador do Ministério Gideões em Londrina em 1974. É o atual presidente da Associação Água Pura, onde atua desde seu início em 2001.


 

Elke Sanderli da G. S. Resquetti, graduanda de Administração de Empresas, Técnica em tratamento de dependência em substâncias psicoativas pela Cruz Azul e Unifil, Coord. Administrativa da Associação Água Pura  e membro da 1ª Igreja Presbiteriana Independente de Londrina.

 
 
 

 
Quais os fatores que fizeram a igreja perceber que deveria contar com uma ONG para sanar as necessidades específicas dos usuários de drogas e seus familiares? Qual a relação que a ONG tem com a Igreja?

Sr. Elias e Elke - Em janeiro de 2001, a liderança da 1ª Igreja Presbiteriana Independente de Londrina tomou a decisão de implantar um serviço específico de atendimento a dependentes químicos e familiares, aproveitando a experiência de alguns de seus membros. Foi apresentada a idéia de um escritório de triagem, nascendo o Projeto Água Pura.
O atendimento acontecia dentro da igreja e estava crescendo. As demandas foram surgindo e percebeu-se que o melhor era criar uma ONG e prestar atendimento em outro lugar. A Primeira Igreja Presbiteriana Independente não tem vínculo jurídico, pois, a ONG é registrada. A Igreja ajuda mensalmente com uma verba específica e a assembléia da ONG é toda composta por pessoas da Igreja.
 
Quais as atividades que desenvolvem e seus objetivos? 

Sr. Elias e Elke - Ela foi criada com a missão de minimizar o impacto que as drogas causam no indivíduo, na família e na sociedade, fornecendo ao dependente químico condições e suporte para alcançar e permanecer na situação de não usuário, às famílias informações precisas para lidarem com a questão e à sociedade conhecimentos para prevenção e não aceitação do atual estado de permissividade.
Os atendimentos são focados em: visão ambulatorial de tratamento, abordando o adicto como ser integral: corpo, alma e espírito; mudança do estilo de vida - não somente a retirada das drogas, mas a obtenção de uma nova maneira de viver; abstinência da droga principal, e de todas as drogas de abuso e o rompimento total com toda situação de risco (pessoas e lugares).
Para tanto oferecemos: a triagem com a Educadora social, o agente/técnico comunitário e a Psicóloga. São realizados o acompanhamento psicológico, o encaminhamento para internação com cobertura de custos de 4 pessoas no mês. Há também as oficinas ocupacionais, o grupo de apoio ao adicto, à família e palestras preventivas à sociedade. como empresas, escolas, grupos sociais e penitenciárias.
Caso seja necessário, oferecemos ainda o Programa Ambulatorial àquelas pessoas que solicitarem esse serviço.
 
Como vocês avaliam a participação e comprometimento das Igrejas para com as necessidades das ONGS? Vocês acreditam que a igreja está compreendendo melhor a "responsabilidade social" que ela deve ter na sociedade e como cumprí-la?

Sr. Elias e Elke - A Igreja ainda encontra-se imatura diante do terceiro setor e diante do que realmente significa "responsabilidade social". Este tema ainda é confundido com "assistencialismo", que é o ato de dar ou doar algo para que supra uma necessidade iminente e superficial. Precisamos como Igreja identificar o ser humano como um ser integral e praticar missão de forma a atender essa complexidade. Proporcionar condições para que o ser humano evolua.
A ONG é um braço da Igreja, porque não dá para pensar no objetivo maior da igreja que é a salvação de vidas, sem pensar na cura física e da alma. A IPI de Londrina é bastante envolvida com a causa.
 
Quais as certificações e reconhecimentos necessários para que uma ONG consiga ser mais eficaz e receba mais doações?

Sr. Elias e Elke - Isto depende da atividade que ela desenvolverá. No caso da OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), nós temos os seguintes registros: Estatuto Social registrado Ofício de Registro de Títulos e Documentos de Pessoas Jurídicas, CNPJ, Alvará de Licença CMC, Qualificação como OSCIP, Título de Utilidade Pública Municipal: Lei nº. 9.595 de 10/09/2004, Registro no Conselho Municipal de Políticas sobre Álcool e Outras Drogas (COMAD) e cadastro na SENAD – Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Este último cadastro tem a finalidade de estabelecer, com esta Secretaria, convênio ou termos de parcerias nos projetos de prevenção, tratamento, recuperação e reinserção social de dependentes químicos.
Alguns desses são obrigatórios e outros não. Para o próximo ano providenciaremos também o título de Utilidade Pública Federal e no Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente. Quanto mais registros a instituição tiver, mais verbas públicas e privadas ela poderá pleitear.

Qual o maior desafio para as ONGs do 3º setor: dinheiro, recursos humanos ou eficiência administrativa?

Sr. Elias e Elke -
O maior continua sendo eficiência administrativa, apesar de a maioria reclamar dos recursos financeiros. Se a instituição consegue provar que o seu trabalho é bom, sério e profissional, todos os concursos de verbas públicas e privadas que ela participa é possível captar. É preciso ter pessoas e igrejas de boa índole, profissionais e bem articuladas por trás de cada trabalho, pessoas dispostas a fazer conforme manda as especificações para cada setor.
É assim que funciona para o crescimento das empresas do segundo setor e não é diferente para o terceiro setor. O terceiro setor é chamado de "sociedade civil organizada", se fosse assim mesmo, os demais setores responderiam mais facilmente às suas necessidades.

Sua equipe é composta em sua maioria de funcionários ou voluntários? Existe algum projeto para treinamento e aperfeiçoamento deles? Quais as maiores dificuldades no gerenciamento destes recursos humanos?

Sr. Elias e Elke - Atualmente, a Associação Água Pura conta com uma equipe de 05 funcionários (04 na área técnica e 01 na área administrativa) e 09 voluntários (06 na área técnica e 03 na área administrativa).
Todos os anos os funcionários e voluntários passam por cursos de reciclagem. Em 2010 temos em nosso projeto a intenção de trazer alguns cursos a Londrina para serem oferecidos também a rede de atendimento desta cidade e municípios da região, e abertos à comunidade.
A maior dificuldade ainda é a promoção do voluntariado. Precisamos motivar mais a comunidade a se envolver com as causas que começam pelo bairro onde moram.
 
Quais os conselhos que vocês dariam e quais os caminhos que devem ser percorridos pelo leitor interessado em ter uma ONG bem sucedida em seus projetos?
 
Sr. Elias e Elke - Comece certo, percorra todos os passos do processo burocrático do trabalho que pretende implantar. Aprenda com os trabalhos que já existem, leia livros e artigos sobre a atividade que pretende desenvolver. Contrate profissionais habilitados ou habilite-os.
Hoje podemos contar inclusive com a ajuda do SEBRAE, com consultorias na área de treinamento profissional, marketing social, aplicação de recursos e outros serviços. Não tenha apenas boa vontade, tenha iniciativa, articule-se com boas empresas, bons políticos e com toda a rede de assistência social que a sua missão estará ligada.
Tenha como objetivo principal a salvação e persevere neste objetivo, pois no tratamento integral do ser humano é possível que as peculiaridades de cada caso queiram nos fazer perder a 
 

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